Eu percebi que estamos ficando iguais aquele peixinho... o Beta, não sei se todos conhecem, mas é um indivíduo que só pode viver só, se colocado juntamente com outro dentro de um aquário, eles se agridem até a morte. Trágico não? Infelizmente é nisso que estamos nos tornando, estamos cada vez mais intolerantes e irritados...
Estamos criando uma auto defesa contra o próximo, e isso está nos afastando das pessoas. Nos armamos e reagimos a qualquer coisa que nos fira, com isso, não temos mais paciência de investir nas relações e por isso, as amizades a cada dia se tornam mais superficiais e passageiras.
Não existe mais aquela amizade "relax", sem pretensões nem interesses, não há relações leves, que não exijam alto grau de envolvimento e estresse. Estamos sempre pisando em ovos, porque a hiper sensibilidade das pessoas tornam as relações tensas e insustentáveis por muito tempo. Pessoas cada vez mais inteligentes, independentes e sozinhas; igual aquele peixinho, lindo e colorido, mas solitário, por não saber conviver com um semelhante...
Estamos na era digital. Amizades e amores virtuais estão na moda. Perguntei a algumas pessoas o que fazem com que elas, sendo jovens, bonitas e inteligentes, se esconderem por trás de um monitor, e deixarem ali suas emoções, expectativas, ansiedades, e planos... qual foi a minha surpresa ao ouvir algumas respostas. O maior benefício citado foi o fato de não haver riscos numa tela... doce engano! Porém, há uma vantagem, em caso de algum descontentamento, algum erro, ou decepção, simplesmente deleta-se o outro sem aviso prévio, não é preciso justificativa e nem desgastes com rompimentos traumáticos. Isso seria a vantagem do mundo virtual. Pessoas encapsuladas numa máquina, para protegerem suas emoções do mundo real.
Enquanto isso, vemos o mundo mudando a nossa volta, e observamos essa evolução de uma maneira estática, e não fazemos absolutamente nada para mudar esse quadro.
Precisamos sair do nosso lugar de egoísmo, da nossa zona de conforto, e tentar resgatar o próximo dessas ciladas. Vamos desenvolver a tolerância, para podermos voltar a investir naquilo que consideramos importantes.
Jesus Cristo, Ele é o nosso exemplo de valores e virtudes. Ele mesmo nos ensinou como é possível conviver com as diferenças e tirar o melhor delas. Ele nos mostrou como pessoas tão diferentes como os discípulos puderam conviver juntos apesar das diferenças, e fazer diferença numa sociedade religiosa e preconceituosa. É possível andar juntos, é possível fazer amizades e relações e continuar nelas, é possível fazer diferença no meio de um caos. O Evangelho que chegou até nós é uma prova disso.
Vamos lutar para não nos tornarmos aquele peixinho sozinho... Vamos entrar não num aquário, onde ainda é pequeno para nós, mas num mar de diversidades, de seres e cores, sabendo conviver com as diferenças e retirando aquilo o que é melhor delas, aprendendo com o outro, dando um pouco de nós e extraindo aquilo que ainda não temos. Por que a vida é muito bela para ser insignificante, e deve ser para nós um eterno aprendizado.
domingo, 18 de julho de 2010
A Síndrome do Peixe Beta
Postado por
KÉSSIA MICHELLE
às
18:24
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1 comentários:
Aprendendo a nadar no mar. O que me espera é o infinito!
Abraço!
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